Os quatro anos do primeiro governo de Jair Bolsonaro não passarão para a história como um período isento de conflitos, polêmicas e em alguns casos retrocessos científicos – ao menos no que diz respeito a posicionamentos e discursos. Também será, certamente, marcado por posturas heterodoxas no campo das Relações Internacionais, tendendo à perda de algumas opor-tunidades históricas e na conquista de espaços com base em relações de submissão que alguns críticos não aceitarão, enquanto outros dirão que os fins “justificam os meios”. Aqui talvez o ponto central sejam as recentes de-clarações dos Estados Unidos sobre o apoio à entrada do Brasil na OCDE, depois que a Argentina alterou eleitoral e democraticamente sua tendência ideológica, derrotando uma direita mais simpática a Trump.
Nesse mês de janeiro tivemos mais uma edição em Davos, Suíça, do Fórum Econômico Mundial. E em se tratando de Brasil não é possível dizer que não houve uma mudança sensível em relação ao evento de 2019. A figura cen-tral, nesse caso, é a do presidente da República. Ano passado Jair Bolsonaro decepcionou com uma participação que supera qualquer lógica de acanha-mento. Fez um discurso breve e considerado superficial no local. Até então há menos de um mês no poder, se mostrou nervoso e falou por apenas SEIS minutos – tinha 45, sinalizou que utilizaria 30 e somando as perguntas não superou 17, sendo tratado de maneira fria pelos demais participantes. O que mais chamou a atenção à época foi a ausência de agendas e encontros bilaterais com outras nações, bem como um passeio fora do protocolo que mostrou ele almoçando no bandejão de um supermercado comum.
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