A Fundação Konrad Adenauer parabeniza Dom Heriberto Hermes por essas décadas de dedicação e trabalho tão significativos para a educação política de inúmeros cidadãos brasileiros. Sua atuação é de importância imensurável para o desenvolvimento social, político e ambiental dessa região do país.
Ao longo dos quatorze anos de parceria entre o Centro de Direitos Humanos de Cristalândia, sob coordenação de Dom Heriberto Hermes, e a Fundação Konrad Adenauer, muito foi feito pela sociedade. Para a KAS, é uma honra apoiar esses projetos.
Segue abaixo uma breve biografia de Dom Heriberto Hermes:
Um pouco da história de Dom Heriberto Hermes e sua luta junto ao Centro de Direitos Humanos de Cristalândia.
Dom Heriberto Hermes, Nome civil (Herbert John Hermes), nascido em 25/05/1933, norte americano, filho de Mary ANN Hilger Hermes e John Nicholas Hermes, veio para o Brasil em 1962, chegou no dia 04 de outubro. Ordenou-se padre beneditino em 1960 e Bispo em 1990, Dom Heriberto sempre tem como lema “A Igreja deve atuar em favor dos pobres, ser a voz dos sem vos e a vez dos sem vez”. Dom Heriberto sempre fala no método “Ver julgar e Agir”:
•VER as dependências, escravidão, violação de direitos humanos, bem como a Constituição, Leis, etc.
•JULGAR, as possibilidades de transformação, como fazer, etc.
•AGIR, dar as condições mínimas de AGIR, organizar em grupos comunidades, planejar em conjunto.
Continuando o processo VER o que deu certo, o que deu errado, os novos desafios e assim por diante. JULGAR o que e como fazer. AGIR- nos vários passos citados acima (capacitar, organizar, planejar, avaliar).
Quando aceitei ser bispo da Prelazia de Cristalândia, resolvi usar todos os poderes, o prestigio etc. de um bispo em favor dos pobres, de “ser a voz dos sem voz e a vez dos sem vez”. Com o passar do tempo refletindo sobre a prática de Jesus, que deu voz ao sem voz (curou os mudos), e vez aos sem vez (curando paralíticos e leprosos, ressuscitando mortos) vi que era isso que temos que fazer. Superar a prática de apenas defender os direitos e dar formação – dar voz e vez aos sem voz e sem vez, para que sejam protagonistas da sua própria libertação. Vejo isso como um processo. (HERMES, 2014).
Dom Heriberto, logo que se tornou Bispo iniciou uma luta para criar um Centro de Direitos Humanos na Prelazia de Cristalândia, devido às inúmeras violações de Direitos Humanos que existiam naquele momento, sobre tudo, era bem recente ao período da ditadura militar e civil no Brasil. Ele diz que teve resistência até de padres e freiras, devido à idéia tão falsa, mas tão comum que “Direitos Humanos só defende bandidos”. Após quatro anos de luta para a criação do Centro de Direitos Humanos finalmente em 1994 com ajuda de alguns leigos dentre estes advogado, professores, religiosos e entidades afins conseguiu fundar o CDHC.
Nunca esqueci de duas coisas que um experiente “cacique” da UDN falou naquele dia – que foi traduzido para mim pelo padre superior, pois ainda não entendia nada de português: ‘‘o povo brasileiro nem espera, nem exige honestidade dos seus políticos!”“. Fiquei chocado e, desde então tenho feito de TUDO para mudar essa mentalidade absurda! Outras barbaridades: dizem-me que uma mulher daqui de Cristalândia, anos atrás, falou: eu votaria em fulano, mesmo que ele tivesse assinado a mãe dele, pois ele colocou telhas na minha casa! Também um candidato a deputado estadual do Tocantins me disse pessoalmente: ‘‘na política, quem é coerente é imbecil!’’. (HERMES, Controle Social, 2009, p7).
Desde a sua fundação em 15 de setembro de 1994, o Centro de Direitos Humanos vem atuando na defesa, garantia e promoção dos Direitos Humanos, sempre tendo o nosso querido Dom Heriberto como líder maior.
Em relação ao evento em Cristalândia no dia 24 de outubro, será as 19 h na Catedral Nossa Senhora do Perpetuo Socorro em Cristalândia será uma celebração eucarística das Bordas de prata episcopais e dos 55 anos de sacerdócio de Dom Heriberto, 25 anos de Bispo e 55 anos de Padre.
O CENTRO DE DIREITOS HUMANOS DE CRISTALÂNDIA, instituído em Agosto de 1994, CNPJ 26.753.962/0001-05, é uma entidade civil, ecumênica e suprapartidária. Prima pela e organização social e formação popular para o exercício da cidadania, garantia e promoção dos Direitos Humanos. Enfatiza os Direitos Humanos na sua amplitude: universalidade, interdependência e indivisibilidade. Dentre seus projetos, promove a cada ano, com apoio da Fundação Konrad Adenauer (FKA), o Curso de Capacitação de Agentes Jurídicos Populares, propiciando uma discussão jurídico-popular às lideranças populares (rurais e urbanas) e líderes pastorais, possibilitando a formação e compreensão acerca dos mecanismos e instrumentos jurídicos, constitucionalmente garantidos, visando à efetivação dos Direitos Humanos e construção da Cidadania plena, através da democracia participativa.
O Curso teve início em 2001, estando na 14ª Edição e tem contribuindo, sobremaneira, nas ações das entidades parceiras, através das intervenções de seus membros (alunos do curso), especialmente, do CDHC, através dos Núcleos de Direitos Humanos. Os resultados são significativos, considerando a possibilidade de uma intervenção qualificada pelos alunos no que tange a promoção, garantia e proteção dos Direitos Humanos e construção da Cidadania plena.
Sua realização se justifica, especialmente, considerando as violações de Direitos Humanos de forma grave e/ou mesmo sutilmente e, por outro lado, a falta de conhecimento de nossa sociedade para o enfrentamento destas situações; fato que tem sido desvelado através deste curso, possibilitando o protagonismo social através das ações e intervenções de cada aluno que o faz.
2. OBJETIVOS
- Capacitar lideranças dos Movimentos Populares e Pastorais Sociais para atuarem em casos de violação dos Direitos Humanos junto ao Poder Público local;
- Difundir os Direitos Humanos na construção de uma sociedade mais humana, objetivando um mundo mais junto e mais igualitário;
- Instrumentalizar e qualificar as lideranças dos Movimentos Populares e Pastorais Sociais para o uso dos institutos jurídicos sem que haja, necessariamente, a presença do profissional do direito, salvo nas hipóteses que a presença deste profissional se faz necessária;
- Discutir a implementação dos Programas de Direitos Humanos em nível local, conforme proposta do Programa Nacional (PNDH 3;
- Apresentar os mecanismos internacionais de proteção dos Direitos Humanos e como acessá-los;
- Fomentar a idéia e importância da organização social local e apoio aos grupos existentes na construção de uma sociedade justa e igualitária;
- Possibilitar a criação de uma rede de articulação entre as pessoas e entidades que participarem do curso;
- Fomentar a necessidade do Controle Social.