Contribuições aos eventos
A segunda edição do programa de Entrevistas Climáticas contou com a participação de 17 jornalistas de importantes mídias latino-americanas – selecionados entre 100 candidatos de toda a região – que dialogaram com renomados especialistas reconhecidos em diversos temas fundamentais sobre as mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
O programa, organizado por ConexiónCOP, iniciativa liderada por Libélula, e El Árbol LAC, iniciativa de Global Call for Climate Action (GCCA), com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, teve como objetivos: promover o intercâmbio e a transferência de conhecimentos entre especialistas da região e jornalistas latino-americanos; criar um espaço de reflexão sobre as opções para enfrentar os desafios causados pelas mudanças climáticas; fortalecer as capacidades dos jornalistas da região na cobertura dos temas de mudança climática; e dar insumos aos jornalistas para que possam abordar o tema desde diversas perspectivas de interesse para os seus leitores e fomentar a cobertura da temática nesse meio.
O programa foi realizado através de cinco sessões de diálogo virtual, realizadas entre junho e outubro de 2016, utilizando um formato que permitiu que os jornalistas fizessem perguntas aos especialistas de alto nível da região em matéria de mudança climática e desenvolvimento econômico na América Latina, sobre o papel das políticas públicas, como aproveitar o financiamento climático na região, a transição para energias renováveis assim como a implementação do Acordo de Paris.
Entre os especialistas convidados tivemos a participação de Manuel Pulgar-Vidal, presidente da COP20 e atual Líder do Clima e Energia de WWF Internacional; Walter Vergara, especialista sênior do clima e das florestas no World Resources Institute (WRI); e Fernando Ferreira, Secretário Executivo da Organização Latino-americana de Desenvolvimento de Energia (OLADE), entre outros. Do lado dos participantes, estavam presentes jornalistas de importantes meios de comunicação da região, provenientes do México, Venezuela, Peru, Nicarágua, Uruguai, Costa Rica, Equador, Brasil e Bolívia.
Além disso, a fim de promover o exercício do jornalismo e fortalecer as narrativas e discursos sobre as transições necessárias em matéria de mudança climática, nesta segunda versão do programa, os participantes publicaram artigos sobre os temas abordados nas entrevistas. Como resultado, mais de 30 notícias foram publicadas em vários meios de comunicação na região, como o La Nación da Costa Rica, La Prensa da Nicarágua, América Notícias do Peru e Los Tiempos da Bolívia.
O programa recebeu uma avaliação geral de 4,6 pontos de 5. Quando perguntaram aos jornalistas sobre a contribuição do programa para a compreensão das problemáticas da mudança climática na América Latina, eles responderam com uma pontuação média de 4,8 de 5.
Os jornalistas opinan
Para Lucydalia Baca de La Prensa da Nicarágua, “o programa facilitou o acesso à especialistas de diferentes países, que de outra forma não poderíamos entrar em contato para enriquecer as nossas histórias. Além disso, o intercâmbio com colegas de todo o continente expandiu o panorama sobre a realidade que enfrentamos ".
Michelle Soto de La Nación de Costa Rica considerou ainda que o programa "foi particularmente útil para dimensionar e contextualizar os esforços que estão sendo feitos no meu país. A consulta a especialistas internacionais me deu um quadro de referência e, graças a isso, tive mais discernimento para entrevistar especialistas no meu país”.
Julio López de Onda Local da Nicarágua disse que “O programa me deu a oportunidade de fortalecer o meu conhecimento sobre as alterações climáticas, permitindo informar de maneira mais oportuna e simples”.
"O papel dos jornalistas é fundamental para que o conceito da mudança climática seja algo cotidiano, que se aproxime às pessoas, e assim gere consciência de que todos nós seremos afetados se não conseguirmos uma mudança massiva”, observou por sua parte Valeria Sorgato de El Comercio do Equador.
Impacto dos meios de comunicação da América Latina
Compartilhamos algumas das notícias publicadas nos meios de comunicação do México, Venezuela, Peru, Nicarágua, Uruguai, Costa Rica, Equador e Bolívia, bem como em outras mídias internacionais:
- A Costa Rica pôde abastecer-se somente com energia renovável por 110 dias seguidos, por Michelle Soto (La Nación, Costa Rica)
- As Ilhas do Caribe assumem a vanguarda na luta contra a mudança do clima, por Brigitte Hernández Escalona (El Sol de Margarita, Venezuela)
- O México, entre os quatro países latino-americanos em receber recursos do Fundo Verde para o Clima, por Diana Manzo (Istmo Press, México)
- Os investimentos chineses devem ajustar-se às metas de Paris, por Fabiola Ortiz (Diálogo Chino, Latinoamérica, desde Brasil)
- Países latino-americanos “não estão sendo estratégicos” ao recorrer a fundos internacionais para enfrentar as mudanças climáticas, por María Paz Sartori (Semanario Búsqueda, Uruguay)
- Madre de Dios: No Peru foi realizada a compra de crédito de carbono entre privados, por Gisela Becerra (América Noticias, Perú)
- Informar para entender as mudanças climáticas, por Julio López (Onda Local, Nicaragua)
- Não basta produzir energia limpa, é preciso reformas estruturais, por Lucydalia Baca Castellón (La Prensa, Nicaragua)
- Circularão 100 ônibus elétricos em corredor do Eixo 8 Sul, por Marco Antonio Martínez (Agencia Quadratín, México)
- Financiamento à mudança climática: “O Estado desempenha um papel fundamental ao determinar quais atividades deveriam ser priorizadas”, por Marco Minaya (Revista Stakeholders, Perú)
- O que esperar da COP22 a partir da América Latina?, por Tali Santos (ConexiónCOP, Latinoamérica, desde Ecuador)
- As urbes estão à prova devido à mudanças climáticas, por Valeria Sorgato (El Comercio, Ecuador)
- Acordo de Paris, o desafio da transparência, por Mónica Oblitas (Los Tiempos, Bolivia)
Outros dados
Participaram como especialistas no tema da mudança climática e desenvolvimento econômico na América Latina: Walter Vergara, especialista sênior do clima e das florestas no World Resources Institute (WRI), e Luis Fierro, economista especializado em desenvolvimento internacional, ex-assessor de Finanças Climáticas para AILAC.
Sobre a questão do papel das políticas públicas e mudança climática na América Latina, eles deram suas opiniões: Manuel Pulgar-Vidal, ex-Ministro do Meio Ambiente do Peru e Presidente da COP20, e Hernán Carlino, coordenador do “Centro de Estudios en Cambio Climático Global” da Fundação Torcuato Di Tella da Argentina.
Para responder à pregunta: Como funciona o financiamento climático e como aproveitá-lo na América Latina? participou Andrea Rodríguez, advogada sênior do Programa de Mudanças Climáticas da ONG AIDA.
No tema da transição para energias renováveis na América Latina, debateram Fernando Ferreira, Secretário Executivo da Organização Latino-americana de Desenvolvimento de Energia (OLADE), e Claudio Alatorre, especialista sênior em mudança climática na Divisão de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Finalmente, contou-se com a participação de Patricio Vallespín, deputado chileno membro da Comissão do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais da Câmara dos Deputados e da rede global Climate Parliament, e Sandra Guzmán, coordenadora do Grupo de Financiamento Climático para a América Latina (GFLAC), para analisar o caminho para a implementação do Acordo de Paris.