Contribuições aos eventos
O evento foi iniciado com as palavras de Eduardo Calderón de la Barca, Diretor de Gobernabilidad Perú, que destacou a importância da proliferação de parques urbanos e áreas de conservação para gerar resiliência e adaptação à mudança do clima no Peru e na América Latina.
Posteriormente, foi a apresentação do Doutor Walther Salas, assessor do Governo Regional de Arequipa, que expôs sua preocupação ante o dilema da crise hídrica que pode afetar a região de Arequipa, remarcando que existem soluções diante deste dilema, dentro das quais está a ampliação das áreas verdes urbanas. Da mesma forma, ele sustentou que a mudança climática como desafio é uma questão que vai facilitar o planejamento até 2040. Isso, com o objetivo de conseguir que o futuro de Arequipa seja “melhor vivível. ”
Para fechar o bloco de boas-vindas, escutou-se a apresentação da Sra. Rosa Morales, do MINAM, que disse que o interesse na mudança do clima tornou-se mais importante à medida que se passaram os anos e destacou que Acordo de Paris da COP21 é um fato histórico na ratificação de medidas a este respeito. Finalmente, destacou o interesse do MINAM em integrar as várias estratégias ante a mudança climática que ocorrem em nível nacional, para isso já contam com um plano de trabalho em andamento.
Do Instituto Tecnológico da Costa Rica, o arquiteto Tomás Martínez deu uma palestra sobre a importância dos parques urbanos para atingir o objetivo 11 dos ODS (Cidades e Comunidades Sustentáveis), e menciona: “Provisão de 45% do total do solo urbano para espaços públicos, incluindo tanto viário (30%) como parques e espaços livres (15%)” e “acesso universal a áreas verdes e espaços públicos seguros, inclusivos e acessíveis", entre outros enunciados. Para tal efeito, na Costa Rica foi criada a Proposta Urbana Regional – GAM/Costa Rica- que a partir de uma abordagem sistêmica, para uma estratégia ecológica regional, integrada à centralidade urbana consegue regiões sustentáveis, competitivas e turísticas. Esta proposta, baseia-se no controle da expansão urbana, da reabilitação da cidade e da criação de redes verdes; o que deve iniciar uma espiral virtuosa com o desejo de interação com a natureza. Isso deve continuar com a abertura de áreas verdes como espaço vivencial onde se consiga parcerias interinstitucionais e realização de circuitos turísticos e educativos; espera-se assim empoderar o espaço público de maneira que seja um interesse local. O arquiteto Martínez destacou que os parques urbanos devem respeitar sua condição natural, ser acessíveis aos cidadãos e um ponto de encontro para o desenvolvimento social e cultural, além dos benefícios ambientais que por si só geram estas áreas verdes.
Por sua vez, Anna Zuchetti, assessora do Ministério do Meio Ambiente do Peru (MINAM), apresentou o Plano Lima Callao 2035 e ressaltou a importância de se reconhecer a diversidade em cada cidade e ver os planos urbanos desde uma perspectiva ecossistêmica. Além disso, segundo ela, podem ser realizados mais planos, projetos e avaliações visando desenhar a infraestrutura verde no lugar indicado com as condições necessárias, de modo que "cada cidadão tenha um pequeno parque no máximo a 300 metros de sua casa”. Manifestou a importância de criar uma rede de infraestrutura ecológica, que combine os espaços públicos, a estrutura ecológica e os espaços com potencial uso público a fim de ser administrado de forma eficiente e que “agregue valor à rua como conector e articulador de um sistema em rede” e se consiga “espaços acessíveis, seguros, inclusivos e ambientalmente sensíveis”.
Como esforços locais, foram apresentados 2 projetos de parques urbanos, com diferente temática, mas com o mesmo objetivo: valorizar o espaço público como parte de uma cidade sustentável que reivindica as características ecológicas da área. O Gestor Cultural Patrick O’Brien apresentou o projeto Parque temático Cantera Sillar que, usando um cenário natural encravado de “silLar”, pedra vulcânica muito usado na arquitetura de Arequipa e por este motivo a cidade ganha o apelativo de “Cidade Branca”, tenta criar um complexo turístico, cultural e artístico que intensifique o turismo e a integração cidadã. O segundo projeto, o Parque Ecológico Regional Las Rocas de Chilina ou por suas siglas PERRCH, foi apresentado pela presidenta da ONG Arequipa Ciudad Sustentable, Zoila Linares, que sublinhou a necessidade de tomar medidas diante do atual déficit de 85% de áreas verdes em Arequipa. Ela também mencionou a importância de reflorestar a cidade com flora nativa e não como tem sido feito com flora exótica de alto consumo de água. Nesse sentido, este projeto visa valorizar a flora endêmica, otimizar o uso da água, aproveitar os períodos chuvosos, e conscientizar a população de que são cidadãos que moram em um ambiente com clima desértico, portanto deve valorizar e otimizar o uso de seus recursos naturais para permitir um desenvolvimento integral para as gerações futuras. Ela também apresenta um modelo emblemático de parque urbano onde interagem a pesquisa, o lazer e o turismo.
Finalmente, considerações finais foram dadas por Andrea Linares, Co-fundador da ONG Arequipa Ciudad Sustentable.
- Nota: Em pdf você pode ler a Relatorio ( apenas em espanhol)