Contribuições aos eventos
O workshop teve uma dinâmica fluida entre exposições e intercâmbio de opiniões, abordando a Segurança Energética desde o campo geopolítico e o tecnológico tanto da América Latina como da Alemanha e a Comunidade Europeia.
A Segurança Energética na América Latina, desde o panorama regional através da história vem sendo constantemente vista como interrompida porque “não existem políticas de estado, se não políticas de governo”, como sinalou o Ex-embaixador de Venezuela Emilio Figueredo, que ao falar do caso venezuelano demonstrou similaridades históricas com muitos países da região, onde a alternância entre o poder militar e o civil, o enfrentamento ideológico e o uso dos recursos energéticos como instrumentos de controle político marcaram muitas décadas na história dos países da região, no entanto avigora ventos de estabilidade e democracia na região que colocarão prioridade no debate das políticas regionais de Seguridade energética.
Debater sobre Segurança energética é também debater sobre Integração energética, e na América Latina esta deve estar formada pela tríade: Energia (o mais importante), Transportes e Comunicações. Sendo para o caso energético, de fundamental importância resolver os problemas de interconexão, migrando de uma conexão clássica a uma “conexão de rede inteligente”, como mencionou Rafael Nogueira.
Dessa forma, para alcançar esses objetivos de Segurança e Integração, é fundamental que confluam na Intenção e vontade política, a Institucionalização e a Tecnologia, em um caminho de Democracia que marque a rota dos países a largo prazo, com responsabilidade social, sustentabilidade ambiental e compromisso moral; de maneira independente ao governo do momento em cada país, pelo que urge ter uma Autoridade que regule e vele por esses objetivos regionais por cima dos individuais, como o mencionou o Embaixador do Brasil, Marcel Biato.
No entanto, os problemas que impedem a Integração energética não são exclusivos da América Latina porque, como expôs Philipp Niessen, na Europa também existe o debate sobre a dependência no abastecimento de gás e as rotas de distribuição que podem ser afetadas tanto por decisões políticas como por problemas climatológicos, por isso, como mencionou Stefan Saatmann, um dos motivos que impulsiona o uso de energias renováveis é reduzir essa dependência para as importações de energia, ainda que adverte que este impulso deve ser em base a licitações e não a subsídios, sendo o mercado quem regule o êxito. Apesar desses inconvenientes, a idea de integração energética a longo prazo avança na Europa, assumindo ademais as responsabilidades ambientais na redução de Gases do efeito estufa (GEI) com planos de execução até 2050 e dirigidos pela Agência de Ambiente na Europa, como o mencionou Pia Molitor. Foi possível concluir que o modelo de integração europeu pôde servir de exemplo para a América Latina, deixando claro que deve ser adaptado as características políticas, sociais e ambientais evitando fazer uma reprodução exata que não considere essas variáveis.
Como se menciona, um dos pilares para a Segurança e integração energética é a tecnologia e infraestrutura, sendo Julia Badeda quem expôs sobre o armazenamento de energia, pela qual existem sistemas e métodos que devem ser escolhidos dependendo da rentabilidade econômica, a demanda do mercado e a eficiência nos resultados. Eficiência que, no uso e abastecimento de energia, também é possível conseguir com o apoio das tecnologias digitais “Smart”.