Contribuições aos eventos
Israel Jorge Huarca Mejía, Subgerente de Avaliação e Qualidade Ambiental do Município Metropolitano de Lima; Dr. Christian Hübner, Diretor do Programa Regional EKLA – KAS; Álvaro Ugarte, Diretor Executivo do INICAM e Juliana Lopes, Diretora de CDP; deram as boas-vindas a todos os participantes, destacaram a importância de debater a política climática a nível local e falaram sobre os desafios que enfrentam os prefeitos na América Latina. Esta conferência é a segunda de uma série de eventos relacionados às mudanças climáticas e cidades, organizados por EKLA-KAS. A primeira se realizou em fevereiro deste ano no México . Graças ao Ministério do Meio Ambiente do Peru, MINAM, a conferência em Lima foi realizada no marco da agenda da Semana do Compromisso Climático. Através de Andreia Banhe, Gerente de Projetos de CDP Cities, foi dada a conhecer a plataforma onde se compartilham melhores práticas ambientais das cidades.
O primeiro painel contou com a participação de Álvaro Ugarte, Diretor Executivo do INICAM; Alberto Martín Barandiarán, Assessor do Ministério de Meio Ambiente do Peru; Sandra Torres Chávez, Subgerente de Gestão Ambiental da Municipalidade Provincial de Arequipa; Lenkiza Angulo, Diretora do Programa Adaptação às Mudanças Climáticas PACC Peru; e Eduardo Carhuaricra Meza, Gerente Geral da Associação de Municípios do Peru. Eles trataram o tema de estratégias de adaptação a nível local e regional no Peru, ressaltando a importância de que o país foi sede da COP 20 em 2014 para aumentar o debate sobre a temática do clima e exigir com urgência a execução de uma política nacional ambiental. Ademais, destacou-se a relevância da participação cidadã no processo de planejamento urbano, gestão do território e gestão de riscos, assim como a gestão dos efeitos do câmbio climático no setor rural, pois seu impacto também repercute nas cidades ao ser abastecedora de alimentos e água.
O segundo painel esteve formado por Juliana Lopes, Diretora de CDP; Rogério Menezes, Secretário do Meio Ambiente da cidade de Campinas, Brasil; Adolfo Toledo Parreño, Coordenador da área de recursos hídricos da Autoridade Nacional da Água ANA; Sofía Castro, Coordenadora Regional de Programas da Global Water Partnership GWP; e José Arakaki Nakamine, Prefeito do Município de Lurín. A discussão concentrou-se na gestão eficiente da água para adaptação às mudanças climáticas, ressaltando o desafio que enfrenta uma cidade como São Paulo, onde existe seca e aumento da demanda de consumo de água, frente ao qual a cidade trabalha em conjunto e de maneira integrada com outras 20 cidades da região. A experiência peruana não difere da do Brasil, pois se estima um déficit hídrico a nível nacional desde 2021, para o qual é necessário executar o plano de recursos hídricos nacional. Para ter uma experiência exitosa em dita execução, é necessária a coordenação entre diferentes setores e o aproveitamento de oportunidades de investimentos público-privados, de tal maneira que seja garantida a provisão de água na qualidade e quantidade suficientes.
O terceiro painel, baseado nas estratégias de mitigação aplicadas a nível municipal, iniciou com a discussão sobre o fomento de redes urbanas e a criação de associações público-privadas para aumentar a quantidade e melhorar a qualidade de investimentos em projetos de mitigação. Assim mesmo, cabe ressaltar a importância de conhecimento e práticas ancestrais para um adequado planejamento baseado em três enfoques: bacias, territorial e ecossistêmicos. Por outro lado, estas estratégias de mitigação trazem oportunidades de negócio; por exemplo, através de uma adequada gestão de resíduos sólidos que favoreçam à formalização de recicladores e a elaboração de compostos para sua comercialização. Todos estes pontos foram discutidos por Arturo Caballero, Gerente Geral da A2G Climate Partners; Karina Marzano, Coordenadora de Projetos do Programa Regional EKLA-KAS; Edilberto Orosco, Gerente de Meio Ambiente do Município Provincial de Cusco; e Isidro Vidaurre, Presidente da Comissão Ambiental do Município Provincial de Lambayeque.
Neste último painel foram compartilhadas experiências internacionais do Chile, Brasil e México. Destacou-se a importância do trabalho com a comunidade para incluir a participação dos vizinhos e trabalhadores de municípios em um adequado planejamento relacionado a adaptação climática, de tal maneira que sirvam como insumos para a criação de manuais para que implementem boas práticas sobre eficiência e segurança hídrica, redução de GEE, gestão de riscos, saúde, biodiversidade e infraestrutura. Para que isto seja possível, as mudanças climáticas e o meio ambiente não devem ser temas setoriais, senão centrais e estratégicos, para assim conseguir a sustentabilidade das cidades. Ademais, isto requereria um maior investimento em capacidade técnica e tecnológica. Finalmente, antes de tomar medidas de adaptação e/ou mitigação, é importante fazer um inventário de emissões para saber o estado da cidade e determinar as medidas necessárias a tomar. Desta conversa participaram María Fernanda Pineda, Coordenadora de Projetos do Programa Regional EKLA-KAS; Jordan Harris, Diretor de Ciência Climática e Interação Política de Adapt Chile, Chile; Rogério Menezes, Secretário de Meio Ambiente da cidade de Campinas, Brasil; e Alejandro Leal, Diretor de Ecologia e Asseio Público de São Luís Potosí, México.
